sexta-feira, 19 de abril de 2013

Estádio Durival de Britto e Silva


  Na década de 20 os funcionários da Rede Ferroviária disputavam animadas partidas de futebol no campo próximo ao pátio de manobras da Rede e essas partidas valiam uns pastéis e um barril de chopp e o vencedor levava tudo.
Com o passar do tempo mais times eram formados por setores da Rede Ferroviária e os torneios tinham cada vez mais times. Então surgiu a idéia de fazer uma equipe para disputar o campeonato amador e no dia 12 de fevereiro de 1930, na residência do Sr. Ludovico Bradalize, nascia o Clube Atlético Ferroviário.
O clube foi conquistando seu espaço e surgiu a idéia da construção de um Estádio, e incentivado pelo empreiteiro Reinaldo Thá, que prestava serviços à Rede Ferroviária, o superintendente da empresa, Durival Britto e Silva, entusiasmou-se com o projeto feito pelo arquiteto Rubens Maister, projetista da construtora Thá. O presidente do Clube, Heron Wanderley, achou ótima a idéia de Reinaldo Thá, mas avisou que o Ferroviário não dispunha de recursos para a execução da obra. Como o então coronel Durival Britto também informou que a Rede não poderia bancar uma parada daquele porte, o dinâmico Reinaldo Thá pegou o pião na unha e foi a luta, atrás do dinheiro, do material e da mão-de-obra para fazer o estádio.
O Estádio era o mais moderno e imponente que impressionou a Curitiba da década de 40 e era o 3° maior estádio particular da época, e para essa inauguração contou com a presença do governador do estado do Paraná, Moisés Lupion.
Para enfrentar o Ferroviário veio o poderoso time do Fluminense, campeão carioca de 1946, e tinha craques como Ademir Menezes, o Queixada e o lateral Bigode e que integrariam a seleção na Copa do Mundo de 1950 e a partida foi realizada em uma 5ª-feira a noite e serviu para testar o sistema de iluminação da Vila.
O atacante do Fluminense Careca fez o primeiro gol do Estádio e Janguinho fez o gol do Ferroviário, no final Fluminense 5 a 1.
A equipe do Ferroviário jogou com  Pianowski, Fedato e Biguá; Nelsinho Ferreira (Nelson) e Janguinho; Zequinha, Emédio (Cecílio), Isualdo, Darci e Rosinha.
Quando o Brasil ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo de 1950, a CBD, então Confederação Brasileira de Desportes, incluiu Curitiba para ser uma das sub-sedes, pois a cidade tinha o 3° maior estádio do País. Entre os membros da comissão de vistoria estava o paranaense Mozart Giorgio, nascido na zona do Tigre e torcedor do Britânia, que prestava serviços na CBD e o estádio foi aprovado por unanimidade.
No dia 25 de junho de 1950, um domingo frio e cinzento, precedido de um sábado chuvoso, aconteceria a primeira partida de uma Copa do Mundo na cidade de Curitiba. A cidade vivia um alvoroço nunca visto anteriormente. A partida entre a Espanha e USA, foi vencida pela “Fúria Espanhola” , por 3 a 1, e um público de 9.311 torcedores acompanharam a partida e a renda foi de Cr$ 398.180,00.
No dia 29 de junho de 1950, uma quinta-feira, Suécia e Paraguai empataram em 2 a 2, e o público presente ao estádio foi de 7.903 pagantes.
Tudo saiu conforme o planejado e a CBD enviou um fax a Federação Paranaense de Futebol congratulando pelo sucesso na organização dos dois jogos e o “Colosso de Vila Capanema”, entrava para a história das grandes Estádios do mundo.
Mas não era apenas o futebol que levava o público para a Vila Capanema, e por muitos anos as olimpíadas estudantis e militares eram realizados nas dependências do Estádio. Eram provas de atletismo e corridas de bicicleta. A maior e melhor praça de esportes atendia a todos públicos.
A Vila Capanema foi palco de grandes jogos e grandes finais de campeonatos, em 1950 o Ferroviário levou a melhor sobre o Coritiba e conquistou o título de 1950, também conhecido como “Ano Santo”.
Três anos mais tarde, no dia 28 de novembro de 1953, o Ferroviário conquistava o seu mais importante título, “Campeão do Centenário”, mais uma grande festa na Vila.
No dia 5 de dezembro de 1965 e Ferroviário conquistava mais um título no Estádio Durival de Britto, enfrentaria mais uma vez a equipe do Coritiba e com dez homens desde o primeiro tempo, ganho com um gol de Bídio, aos 10 minutos do 2° tempo e mais uma festa da torcida Tricolor.
Alguns fatos marcaram o Estádio Durival de Britto e Silva como o famoso “cai-cai”, do Cascavel na final do campeonato paranaense de 1980 contra o Colorado, viu também o preparador físico Luís Roberto Matter dar uma de zagueiro aos 43 minutos do segundo tempo, tirando a bola de dentro do gol e correndo para os vestiários.
Após muitos anos a festa da conquista de um campeonato voltou a ser comemorada na Vila Capanema onde 16 mil torcedores compareceram e viram o Paraná Clube ganhar do Matsubara por 3 a 1 e conquistar o título de campeão paranaense de 1993.
Em novembro de 2005, começaram as obras para ampliação da Vila Capanema, com a construção da Curva Norte e dos camarotes, e essa seria a primeira vez que teria uma ampliação no estádio desde sua construção na década de 40.
A reinauguração do novo Estádio Durival de Brito e Silva, aconteceu no dia 20 de setembro de 2006, no jogo entre Paraná Clube e Fortaleza.
Nesses muitos anos o querido Durival de Britto, teve muitas histórias pra contar, e muitas histórias serão contadas pelo nosso querido Paraná Clube. 


Portão de entrada do Estádio em dezembro de 1999.
Relógio em dezembro de 1999.
Reta do relógio em dezembro de  1999.

Reta do relógio em julho de 2006.


Entrada principal e estacionamento, julho de 2006.

Camarotes , setembro de 2006.

Entrada principal e estacionamento, setembro de 2006.
Arquibancada social em setembro de 2006.
Fonte: Arquivo Pessoal. 
Fotografias: Arquivo Pessoal.
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